domingo, 29 de agosto de 2010

Não Mais do que Palavras

     Com o início do Horário Eleitoral surgiu uma preocupação em minha cabeça. Os candidatos estão apresentando cada vez mais propostas absurdas e inviáveis. Para não me estender muito, vou me ater em duas delas: o Salário Mínimo de R$ 2.500,00 e o fim da demissão sem justa causa.

     Vejamos então, o aumento do Salário Mínimo para R$ 2.500,00. Quem, entre as pessoas que recebem um Salário Mínimo não gostaria de ver seus rendimentos pulando de R$ 510,00 para R$ 2.500,00?

     Se o governo aumentar o Salário Mínimo a esse patamar o primeiro prejudicado será ele mesmo; logo em seguida, seremos nós os prejudicados. No primeiro mês o governo não conseguiria cumprir suas obrigações na Previdência Social, principalmente.

     Nós seríamos prejudicados porque a economia simplesmente entraria em colapso. Imagine que as empresas mantêm-se enxutas, ou seja, calculam seu custo, digamos, com base em um salário de R$ 700,00; imagine recalcular essa planilha para que seus colaboradores devam receber R$ 2.500,00. Não há dúvidas de que o preço do produto final subirá. A população com mais dinheiro no bolso vai querer consumir mais, o que também aumentaria o preço dos produtos. Em suma, adeus inflação controlada e, em breve essa inflação nova corroeria toda essa valorização do Salário Mínimo e voltaríamos ao mesmo patamar de hoje, porém com a inflação fora de controle.

     O fim da demissão por justa causa, essa é a promessa mais absurda de todas. O raciocínio é simples: a porta de entrada da empresa é a mesma da saída. Se a empresa não pode dispensar o funcionário que não tem capacidade para trabalhar, não vai querer contratar mais ninguém. Veremos o surgimento de uma série de reclamatórias por demissões indevidas, um grande volume de processos por assédio moral, pois algumas empresas iriam buscar forçar os colaboradores a pedirem dispensa.

     Concordo que há várias mudanças radicais a serem implantadas por nossos governantes, tais como a realização de reformas na política, saúde, educação, mais políticas de criação de empregos e vagas em escolas e universidades, mas não será com ideias estapafúrdias que resolveremos esses problemas.

     A pessoa que apresenta esse tipo de proposta, ou está mal intencionado, ou é realmente mal preparado. Em nenhum desses casos acho que o candidato mereça o nosso voto.

     Outubro está aí, quando você parar em frente à urna lembre-se de que muitas pessoas sofreram torturas e outras até morreram para que você tivesse esse direito, portanto não desperdice seu voto, vote no candidato que você achar adequado, mesmo que você se engane. Mas eu peço que não anule seu voto nem vote em branco.

Um comentário:

  1. Legal, Chico, e você escreve bem. O governo até chegar aí deveria antes se organizar. Melhorar os serviços públicos, efetivar de fato os meios de fiscalização, agilizar a justiça, controlar os próprios gastos, e por aí vai, e depois sim fazer isso. Não de uma vez, mas num processo de 4 anos, cada um subindo um pouco. Mas esse tantinho que 'tá atualmente, ha!, bota aí pelo menos uns vinte anos para que o mínimo ganho seja equivalente ao dobro. Assim também não dá.

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