segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Outubro Cor de Rosa III

 O câncer de mama deve acometer mais 60 mil mulheres no Brasil, somente este ano. É a segunda maior causa de morte em nosso país, perdendo somente para os acidentes automobilísticos.

O Capaz?!, desde que existe, participa da Campanha Outubro Cor de Rosa, a fim de apoiar a conscientização em relação à prevenção desta doença, que já está sendo considerada uma pandemia mundial.

Portanto, fica o recado. Pesquise, leia, faça seu autoexame e, seja feliz...

Um forte abraço a todos...

terça-feira, 23 de julho de 2013

3654 Dias


Tenho uma ferida aberta há 10 anos, este tempo todo convivo com uma  dor que não passa.

Ontem, mais precisamente, completou-se 10 anos do falecimento da minha mãe, de forma abrupta, inesperada.

Ela era incrível, cheia de boas características: admirável, obstinada, inteligente, firme. Sim uma pessoa rigorosa, mas como diria Che Guevara: “sin perder la ternura jamás...”

Como a mãe de todo mundo, a minha era um exemplo para mim, sempre busquei uma forma de proporcionar momentos de orgulho e sentir que sua tarefa de me tornar uma boa pessoa havia sido cumprida com êxito.

Não quero me alongar, sinto dor, tristeza, apenas queria registrar o momento. Acredito que esta ferida não vá sarar, apenas a dor vai abrandando. De todo jeito a saudade dói, mas serve para mantê-la viva em meu coração.

Chega, quero dizer aqui o que não disse pessoalmente: Mãe, te amo, te admiro, quero que meus filhos me vejam da forma que a vi sempre.

Saudades, até breve...

Um forte abraço a todos...

quarta-feira, 19 de junho de 2013

A Cura de Quê?

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados conseguiu aprovar o projeto que vai de encontro ao que foi determinado pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e autoriza o que chamam de “Cura Gay”.
Me causa escândalo, mesmo sabendo das opiniões deste cidadão que caiu de paraquedas na Comissão de Direitos Humanos, ver nossos legisladores, por conta de suas convicções religiosas, ou simplesmente em nome de seus preconceitos, rotularem uma parcela da população de doentes.
Desde que me entendo como indivíduo rechaço expressões como “opção sexual” ou “orientação sexual” por entender que, diante de tamanho preconceito e desinformação da sociedade, ninguém optaria por ser homossexual, nem tampouco “orientaria” um filho a seguir esta árduo caminho.
Acho, sim, legítimo, as pessoas que tem suas convicções religiosas que considerem o homossexualismo como algo impróprio, mas que se limitem a não serem homossexuais. Estas mesmas pessoas se sentem aviltadas quando são vítimas de preconceito por suas posturas e opiniões em relação ao mundo.
Ouço, vez por outra, pessoas dizendo que o homossexualismo é algo “não natural”. Ora, não conheço nada mais natural ao ser humano que amar alguém, ter o desejo de constituir família com este alguém e sentir atração por outra pessoa, seja ela (a atração) física, química ou intelectual.
Não natural, caros amigos, é eu estar apaixonado por alguém do mesmo gênero e não poder investir nesta paixão por conta de tabus e preconceitos. Não natural é eu me relacionar com pessoas de outro gênero, mesmo sem ter a tal atração, por que tenho que dar uma satisfação à sociedade. Não natural, como a própria expressão já determina, é eu violentar minha natureza.
Ser homossexual não é como pegar uma gripe, que um tratamento médico, psicológico, psiquiátrico, eletrochoque, ou qualquer outra profilaxia vá “resolver”. Ser homossexual é como ser heterossexual, baixo, ruivo ou ter a voz grave. É tão somente uma característica do indivíduo.
Esta Comissão de Direitos Humanos da Câmara deveria se ocupar em estudar os abusos ocorridos nestas manifestações que tomam o país. Abusos dos policiais em relação aos manifestantes e vice-versa. Deveria se preocupar com a falta de acesso aos Direitos Humanos básicos da população, como saúde e educação, por exemplo.
Se for para debatermos a cura de algo, por que não falamos de uma cura para a corrupção? Isto sim é um desvio comportamental. Por que não falamos de uma cura para o preconceito, com educação e informação para a população? Por que não buscamos uma cura para a desesperança que assola o povo, cada vez que vê seus representantes torrando dinheiro público para benefício próprio?
Hoje, ao ler as notícias, fiquei triste, com vergonha de ser brasileiro, talvez vergonha de ser humano, pois é ruim saber que pertenço à mesma espécie que estes deputados hipócritas e mal intencionados. Mas, quando me lembro de Mário Quintana, meu conterrâneo e poeta de rara sensibilidade, me vem à memória uma frase sua que resume o meu sentimento em relação a esses pseudomoralistas:
“Mas que susto não irão levar essas velhas carolas se Deus existe mesmo...”
São pessoas assim que me reanimam e me fazem ter fé na humanidade.

Um forte abraço a todos...

terça-feira, 16 de abril de 2013

Código Penal e Religião


Honestamente, me incomodou um texto que li na internet, falando acerca da preocupação da chamada Bancada Evangélica do Congresso Nacional em relação às reformas do Código Penal Brasileiro.

Eu sei que estes parlamentares foram eleitos para defender os interesses de seus fieis e o estão fazendo também neste episódio. Entretanto, eu acredito que não podemos misturar crenças religiosas com leis que abarquem todos os cidadãos.

Eu percebi alguns temas que estão sendo tratados por estes parlamentares, vou comentá-los brevemente para que vocês entendam o que está me incomodando, de fato.

A questão do aborto há uma iminência de se aprovar a liberação deste procedimento em caso de gestações que não tenham atingido ainda 12 semanas. Eu, pessoalmente, sou contrário ao aborto em qualquer caso, embora entenda os casos já previstos como exceção na atual legislação, a saber: gravidez a partir de estupro, risco de morte para a mãe ou impossibilidade de vida do feto após o nascimento.

Neste aspecto, assim como os políticos em questão, eu não concordo com a Lei proposta, entretanto há algumas pessoas que entendem que a decisão de manter ou não a gravidez é uma decisão sobre o corpo da mãe. Muitos especialistas que atuam na área de Direitos Humanos afirmam que esta nova modalidade legal de aborto diminuiria o quantitativo de crianças abandonadas. Eu, honestamente, acho que seria mais eficaz se criássemos meios de maior responsabilização dos pais que abandonassem as crianças, somados a uma política bem estruturada de controle de natalidade.

O assunto mais polêmico, que também é o da moda, é a homofobia. Os componentes da Bancada Evangélica dizem não serem homofóbicos quando afirmam que, na visão da Bíblia é errado ser homossexual. Até onde sei a Escritura Sagrada realmente preconiza que o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo é algo inadequado.

Mas eles não podem se esquecer de que o Código Penal é para todos os brasileiros, e não somente para os evangélicos. E, neste aspecto a coisa é bem simples: se você é evangélico e considera inadequada uma relação homoafetiva, não mantenha uma relação homoafetiva e pronto. Se você sente vontade de se relacionar como pessoas do mesmo gênero, relacione-se com pessoas do mesmo gênero.

Se você discriminar pessoas por pensarem ou agirem diferente de você, humilhando-as por serem partes de minorias, você deve, sim, ser penalizado pela Lei. Eu preferiria que não fosse necessária a criação de uma Lei para que garantir que as pessoas agissem como sua natureza pede.

Mas gostaria de manifestar aqui que também não gosto deste movimento no qual as pessoas não podem se opor ao homossexualismo. Eu acredito que, quem se opõe sem que ofenda ou ataque aos homossexuais, tem que ter sua opinião respeitada, uma vez que temos o direito de nos expressarmos livremente.

Eles chegaram ao absurdo de pedir para que fossem revogadas punições impostas pelo Conselho Nacional de Psicologia a profissionais que ofereciam um serviço de cura do homossexualismo como se isto fosse uma doença.

Outro aspecto que gostaria de comentar é a tentativa de alteração na Constituição Federal para que as instituições religiosas tenham a competência para questionar leis junto ao Supremo Tribunal Federal. O papel da igreja não é de legislar, mas sim de trazer a população o entendimento das coisas da alma, de aproximar as pessoas de Deus, Alah, Jeová, Orixás, Rá, Buda, ou seja lá quem for, ou forem, o deus ou deuses de suas crenças. Sempre que tivemos influência severa de religião nos aspectos do Estado deu em problema, como na Santa Inquisição – que de santa só tem o nome – onde milhares de pessoas foram executadas em nome de uma pseudodefesa de interesses divinos.

Nos coloquemos cada um em nossos lugares e nos preocupemos com as pessoas que passam fome ou não tem escola ou hospital para utilizarem. Temos que parar de nos preocupar com quem as pessoas vão dormir, ou como querem constituir seus lares e entender que o ser humano é extremamente complexo e pode ter gostos, vontades, crenças e ações diversas, mas que sempre seremos membros da mesma espécie, que só tem uma raça, porém com tons de pele diferentes.

Façamos orações, preces, rezas, entoemos mantras ou cânticos para que as pessoas aprendam a conviver com o que desconhecem ou discordam e saibam respeitar a maior riqueza da raça humana: a diversidade.

Um forte abraço a todos...

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Os Justiceiros


Veio a calhar, o Calheiros... Trocadilhos feios à parte, a eleição de Renan Calheiros serviu para proporcionar o reaparecimento da união popular em prol da causa maior que é destituí-lo do cargo.

Em relação a isso, gostaria de apresentar meu ponto de vista, que vai, de certa forma, no sentido oposto a este levante popular, ainda que eu tenha feito parte do tal abaixo-assinado.

E é justamente por este abaixo-assinado que desejo embasar com meus comentários. Eu contribuí com minha assinatura, cumpri com minha parte. Inclusive há certa pressão para que participemos deste movimento que, segundo seu organizador, acumulou mais de 1.600.000 assinaturas. Mas eu questiono a moralidade deste tipo de movimento, e vou explicar por quê:

Ele foi legitimamente eleito pelo estado de Alagoas, com exatos 840.809 votos, ou seja, mais de 840 mil alagoanos votaram nele mesmo sabendo que ele esteve envolvido no caso conhecido como Renangate, quando foi acusado de receber propinas diversas. Renan renunciou para não ser cassado, o que o faria perder o direito de concorrer – e se eleger – nas próximas eleições.

Mas, de todo jeito, ele tem o direito de estar no Senado. Se ele está de forma legítima no Senado Federal, tem todo o direito de concorrer à presidência da casa. Pode não ser algo dentro dos princípios da ética, mas, do ponto de vista legal, está perfeito.

Os 56 senadores – em um universo de 81 – que votaram nele e o fizeram novamente Presidente do Senado estão lá também de forma legítima, a partir dos votos obtidos em seus Estados para que representassem a vontade de seu povo. Quando votamos em vereadores, prefeitos, deputados, senadores ou presidentes, os estamos autorizando a tomarem decisões em nossos nomes, o que me faz sentir responsável por esta escolha.

Aí, nós que somos seres inteligentes, que fazemos um adequado (?) uso de nosso poder eleitoral, votamos com consciência e certeza de nossas escolhas, vamos de encontro a tudo isso. Se Renan Calheiros foi legitimamente eleito Senador, seus colegas que votaram nele para presidente foram escolhidos para tomarem decisões em nossos nomes e não houve nenhum tipo de fraude na votação, qual o motivo deste levante popular? Se elegemos um corrupto e um sem-número de pessoas que não votam por conta de seus posicionamentos, mas sim em nome dos interesses de seus partidos, agora temos que nos calar e aceitar as consequências.

É duro, mas é a verdade. Participei do abaixo-assinado, votei por não gostar da ideia deste senhor como Presidente do Senado, mas fui – como todos os assinantes – hipócrita. Não temos o direito de questionar o povo alagoano que elegeu o Senador que achava que devia. Não podemos criticar os eleitores de todos os outros Estados e, possivelmente Distrito Federal, que escolheram os colegas que reconduziram o Sr. Calheiros ao posto máximo do Senado.

Como diria Marta Suplicy, em sua infinita sabedoria: “Agora é relaxar e...”.

Um forte abraço a todos...

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Omissão Dói


É sempre ruim falar de tragédias, porém não posso me abster de compartilhar com o público nossas opiniões. Como quase todo mundo que tem se expressado ultimamente, vou falar da lamentável tragédia que ocorreu no sábado último na simpática cidade de Santa Maria.

Depois de todo mundo que estava na boate perceber que o incêndio se originou a partir de uma fagulha emitida pelo sinalizador portado pelo vocalista da banda que se apresentava, eles juram que o motivo foi uma pane elétrica do local.

Na verdade, somente a perícia da polícia poderá nos dizer o que, de fato, originou a catástrofe. Mesmo que se comprove qual foi o motivo real do acidente, de nada agora vai resolver a dor das famílias que foram cerceadas do convívio de seus filho(a)s, neto(a)s, namorado(a)s, noivo(a)s, pais ou mães.

Eu queria compartilhar o que eu penso sobre essa coisa toda. Primeiro, eu entendo que temos vários responsáveis: começando pelos Bombeiros, que já haviam autorizado o funcionamento da boate sem a existência de saídas de emergência – ou será que os proprietários fecharam as saídas após a autorização dos Bombeiros? – depois vem a parte da boate, que colocou mais gente que a lotação máxima da casa, não dispunha de uma brigada de incêndio capacitada, nem extintores capazes de atender à necessidade. Temos também o “gênio” da banda, que acende um sinalizador a poucos metros da espuma de isolamento acústico da boate.

O mais intrigante – e seria engraçado se não fosse trágico – é que agora as autoridades estão absurdamente mobilizadas para mostrar toda a sua competência em apurar os responsáveis. Ora, se estas mesmas autoridades fossem tão competentes, não haveria nada e se investigar.

A primeira informação que saiu no domingo pela manhã era de que o Alvará de Funcionamento de Boate Kiss estaria vencido desde julho de 2012, porém algumas horas depois, este documento estava pendente há um mês, mas em processo de renovação. Fico curioso em saber o que aconteceu neste ínterim para que houvesse esta mudança.

Em relação aos donos da boate, estes colocaram uma banda que, habitualmente, se utilizava de equipamentos pirotécnicos mesmo em ambiente fechado, como já haviam feito na Kiss mesmo.

Mesmo sabendo que o sinalizador fazia parte da performance da banda, em momento algum a empresa questionou ou se preparou para um eventual incidente.

O mais bizarro é ouvir o depoimento de vítimas dando conta de que os seguranças, inicialmente, barraram a saída das pessoas, inicialmente, pois todas as bobagens que tinham acontecido até ali não eram ainda suficientes.

No que tange a participação da banda, embora eles tenham começado a bagunça colocando fogo na casa, eu acho que o mais grave é a alegação de uma pane elétrica ter gerado o incêndio, no local para o qual estava apontado o sinalizador, patético. Poderiam, ao menos, ter a hombridade de assumir suas ações, esperando pelos desdobramentos que seguissem em razão delas.

Mas, se julgarmos pelos desdobramentos que teremos desde domingo pela madruga até o fim dos tempos, os grandes responsáveis pelo ocorrido na Boate Kiss são os familiares e amigos das vítimas, que tiveram suas companhias ceifadas, de forma bruta, abrupta e covarde. Ninguém, mesmo que haja condenações, vai ter mais privações ou sofrimento do que uma mãe que vê sua filha saindo com amigos para se divertir e voltar desfigurada em um caixão.

Por conta da omissão do Poder Público que se nada fez quando sabia que a boate não tinha o alvará dos Bombeiros e permitiu ainda assim que funcionasse, ou pela omissão quando sabia que a casa superlotava sem fazer nada, agora não temos pelo menos 230 pessoas que farão uma falta absurda aos seus, e deixam uma mancha negra que marcará nossos corações.

Por conta da falta de vontade das autoridades, perdemos futuros médicos, advogados, psicólogos, administradores, comerciantes, auxiliares de escritório, donos de casa ou qualquer outra função que estas pessoas teriam na vida, para que o mundo pudesse seguir. Podemos ter perdido o responsável pela cura da AIDS neste acidente, ou um futuro presidente, ministro, um grande professor. Quem pode suprimir a dor destas pessoas, quem pode aliviar a angústia que sinto em meu coração por ver o governo mais uma vez sendo nulo e incompetente?

Me enoja ver um bombeiro se vangloriando de ter resgatado pessoas daquele inferno. Ora, é seu dever. Vou para a imprensa me vangloriar por ter efetuado um pagamento em dia aqui na minha empresa? Não, claro. Principalmente quando percebo que este órgão – os Bombeiros – foi o mais omisso e negligente que poderia e como não deveria jamais ser.

Fico impressionado com a preocupação dos governos em relação à segurança dos eventos que vem em seguida, principalmente os camarotes de carnaval. Desde sempre houve um cuidado muito superficial com estas coisas, vez por outra acontece um acidente menor e ninguém nunca deu bola para nada, agora tudo é motivo de preocupação.

Já houve cidade em que todas as casas noturnas foram interditadas. “Depois da casa arrombada, tranca de ferro.”

Mas chega... Já deu para vocês perceberem um pouco do que penso a respeito.

Como tem gente com grana, imagino que os donos serão condenados, cumprirão um pedacinho da pena, progredirão para um regime semiaberto, ou aberto e, quando já não lembrarmos mais disso, serão soltos.

Só peço a Deus que acalme os corações das pessoas que verdadeiramente cumprirão pena, estando sem seus entes queridos, e dê paz e sabedoria para superarem este problema que se impôs.

Com o coração apertado dentro do peito, deixo um forte e carinhoso abraço a todos...

 

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Luto

     Não quero manifestar minha opinião hoje sobre a tragédia ocorrida em Santa Maria.

     Apenas quero deixar meu sentimento de apoio e minhas orações para que as famílias afetadas tenham força para superar este momento.

     Espero que as autoridades deixem de ser moles e façam algo no sentido de punir os respónsáveis (inclusive autoridades omissas).

     Um forte e fraterno abraço a todos...

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

A Volta e as Ditaduras


Depois de dois meses desaparecido, eis que eu ressurjo, para iniciar os trabalhos de 2013.

Antes de qualquer coisa, gostaria de desejar a todos vocês, meus fieis e novos leitores do Capaz?! um ano novo repleto de realizações, felicidades, alegrias, desafios, amor, $$$ e tudo mais que vocês desejarem.

É sempre um prazer saber que começo mais um ano em minha vida, cheio de desafios, vitórias, reveses, tristezas e um sem-número de novidades, podendo contar com a companhia de vocês, meus amados e caros leitores.

Mas vamos aos trabalhos...

Eu quero começar 2013 bombando, resolvi falar da situação de Hugo Chávez.

Ele é presidente da Venezuela há mais de dez anos, com reeleições suspeitíssimas, um decreto que o deu amplos poderes por um ano, de nov/2002 a nov/2203, onde expropriou propriedades rurais sob o pretexto de realizar uma reforma agrária, por exemplo.

Mas o que me preocupa são os acontecimentos mais recentes. Ele está com sua saúde muito debilitada e, por isso, não tinha as mínimas condições de assumir o novo mandato, no dia 10 de janeiro. A Lei venezuelana previa que o presidente da Câmara de Deputados assumisse o Governo e encaminhasse novas eleições que, sem o todo-poderoso ditador, poderiam acabar por repassar o poder à oposição.

Como ninguém quer abrir mão do poder, sobretudo um ditador marcado por fortes movimentos de censura à mídia local e mão de ferro ao tratar com seus opositores políticos, foi realizada uma manobra para que se adiasse a posse até que Chávez esteja recuperado e pronto para mais um mandato, quando vencerá a barreira dos 15 anos de poder.

Mas, quando falo em manobras para perpetuação no poder – ato o qual repudio com todas as minhas forças -, me vem em mente que vivemos uma espécie de ditadura consentida aqui no Brasil. E digo mais, mesmo sabendo que muitas pessoas vão torcer o nariz para o que vou dizer, estamos em uma espécie de micro ditadura aqui em Pernambuco. Antes de pararem de ler, acompanhem o meu raciocínio, por favor:

 Partindo do menor para o maior. Aqui na Terra dos Altos Coqueiros vivemos um momento de grande crescimento econômico e desenvolvimento social. O Estado tem crescido a índices de China, muito acima da média nacional, a partir de um forte movimento de industrialização que proporciona um aumento na oferta de empregos, muitos destes com uma remuneração média muito boa, superando os padrões vistos até bem pouco tempo.

Com base nisto, podemos afirmar que temos aqui um bom Governo Estadual, não sou nem maluco em questionar isto. Eu acredito inclusive que o Sr. Eduardo Campos é um grande nome para, um dia ocupar a cadeira mais importante do Palácio do Planalto, entretanto acredito que há uma espécie de devoção em relação a ele, o que nunca é bom.

Ele elegeu vários prefeitos na última eleição, mas o mais preocupante aconteceu aqui, em Recife, quando seu candidato foi eleito em primeiro turno, mesmo sendo desconhecido dos recifenses e nunca ter participado de um pleito. Não estou dizendo que o Sr. Geraldo Júlio fará um mau mandato, até porque já foi Presidente do Porto de Suape e Secretário de Planejamento do Estado e, posteriormente, Secretário Estadual de Desenvolvimento Econômico, cargo ao qual renunciou para concorrer à Prefeitura do Recife, a pedido de seu amigo e apoiador.

Me preocupa quando um povo confia em uma pessoa, a ponto de deixar que esta escolha seu voto. Sei que o fato de o governador estar realizando um bom governo com uma aceitação absurda o faz confiável, mas temos que ter cuidado! Afinal, se fosse para uma pessoa escolher o prefeito por nós, não necessitaríamos de eleições.

A outra ditadura a qual nos submetemos é a do Governo Federal. E esta me preocupa ainda mais!!!

Eu chamaria esta ditadura de Ditadura do Bolsa Família, pois o partido do governo se perpetua no poder com base na propaganda de suas praticas assistencialistas, quando proporcionam renda àqueles que não dispunham – e até aí tudo em ordem – sem cobrar nenhuma contrapartida que os faça independentes deste recurso.

Com uma boa parte da população dependente do “benefício”, fica fácil semear o medo de perdê-lo ao longo do período eleitoral. Como boa parte do público atendido pelos programas sociais não vai avaliar isto de maneira mais profunda, por não entender os reflexos deste assistencialismo em suas vidas, ou por ter preguiça de acompanhar o que se passa, temos um governo marcado pela corrupção que se mantém no poder e cria um santo brasileiro, santo este que, diante de uma roubalheira desmedida limitava-se a assumir sua incompetência afirmando que de nada tinha conhecimento (afinal, melhor passar por burro do que ladrão).

Estamos com nossa economia estagnada, a inflação se movimentando para voltar, resultados da economia maquiados a fim de aparentar uma forte tendência de crescimento da classe média, quando afirmam que para fazer parte deste grupo social as pessoas necessitam de uma renda de valores entre R$ 291,00 e 1.019,00 por pessoa.

Se você mora sozinho e recebe nosso maravilhoso salário mínimo R$ 678,00 por mês, parabéns você é classe média!!! Imagine pagar R$ 200,00 de plano de saúde, R$ 350,00 para a faculdade, R$ 50,00 de energia e R$ 25,00 de água e esgoto, restam R$ 53,00 para que você possa fazer uma poupança, comprar um imóvel ou um automóvel, e viver sua vida de classe média.

Pronto, falei. Agora podem reclamar. Mas estamos a mercê de um Governo Federal corrupto, que se faz valer da dependência das pessoas em relação a seus programas sociais para se eternizar no poder e massacrar politicamente a já esfacelada oposição.

Um forte abraço a todos...