Vem chegando a eleição onde
escolheremos nossos prefeitos e vereadores. Para muita gente, está chegando um
dia tortuoso, onde terão que sair de casa obrigados, a fim de votar.
Infelizmente, em nossa jovem
democracia, algumas pessoas ainda não tem ideia do poder de seus votos e acabam
desperdiçando a grande oportunidade de mudar a realidade política do país.
A maioria da população reclama dos
políticos, do vereador à presidente. Entretanto, nas pesquisas de avaliação dos
governos a aprovação ou não rejeição predominam. Quando os candidatos buscam a
reeleição, saem vencedores. Quantos presidentes perderam pleitos onde buscavam
a reeleição? Nenhum, como sabemos.
Reclamamos todos, porém esta ânsia por
mudança não se reflete nas urnas. Por quê?
Vamos a algumas constatações, sem
nenhuma ciência, apenas observações cotidianas e, evidentemente, minha opinião
a respeito:
·
O voto obrigatório: todo mundo reclama do
governo, reclama que voto obrigatório é uma palhaçada. Mas, quando vão votar,
votam no mesmo governo que é motivo de reclamações. E os motivos para a
manutenção destes governos são os mais diversos, desde a falta de observação ao
longo da campanha até o medo de perder os benefícios oferecidos pelas mais
diversas esferas do governo.
·
A falta de opção: alegamos que não há
candidatos decentes. Pois se você acha que o atual mandatário não é o que se
espera de um governante, este com certeza não é uma opção. Então, busque a
melhor – ou menos inadequada – alternativa entre os demais.
·
“Político é tudo igual, mesmo”: afirmamos
que não adianta mudar porque, predominantemente, “é tudo farinha do mesmo
saco”. Mas a verdade é que há bons políticos e maus políticos; bons pedreiros e
maus pedreiros; bons eleitores e maus eleitores. Nunca devemos esquecer que quem
mantém, e às vezes perpetua estes políticos no poder, somos nós mesmos.
·
Compra e venda de votos: em um país onde há
tanta desigualdade social e tanta miséria, o voto passa a valer uma feira (ou
rancho). Não preciso nem dizer que o candidato que compra votos não merece
ganhá-los.
·
Boca de urna: não tão grave quanto a compra
de votos, porém é contra a lei. Se o candidato infringe a lei explicitamente,
imagine o que é capaz de fazer “por baixo dos panos”.
Mas, de toda forma, temos que observar
os candidatos. Analisar seus históricos e propostas para podermos escolher a
pessoa mais adequada ao cargo.
Muita gente morreu para que pudéssemos
ter o direito ao voto (ou a obrigação de votar), então usemos esta arma de
transformação e mudemos o cenário atual, se este não agradar.
Eu sou contrário ao voto em branco ou
sua anulação, mas um colega de trabalho me disse que estes são uma forma de
protesto. Quando argumentei que estes votos eram valiosos e muitos haviam
morrido, ele disse que morreram para que pudéssemos, inclusive, votar em
branco.
Concordo com esta forma de pensar. É
sim, legítimo o direito ao voto em branco, ou anulado. Entretanto, quando
usamos deste direito, nos abstemos de opinar em relação ao nosso futuro e
transferimos a decisão sobre algo importante em nossas vidas a terceiros. Ao
contrário do que pensamos, o voto em branco vai sim para alguém, uma vez que
somente os votos válidos são computados para decisão – o candidato que tiver
mais votos se beneficia dos votos em branco.
De todo jeito, a decisão perante a
urna é de cada um. Porém, não é legítima a reclamação do resultado de um
processo pelo qual nos abstemos de participar. E, bom voto para todos nós, que
a próxima eleição nos oportunize um ganho real na qualidade de nossos governos.
Um forte abraço a todos...