Não,
eu não sou macaco!!! Eu nem gosto de bananas.
Achei
muito inteligente a ação de Daniel Alves quando comeu a banana arremessada pelo
imbecil que estava na torcida do Villarreal.
Não sei até onde foi espontânea ou até quando foi premeditada.
Mas,
como o babaca arremessador de bananas também premeditou sua ação, estariam em
condições de igualdade.
O que me incomoda e me gera contrariedade em
relação a essa campanha do “Todos somos macacos” é a hipocrisia que está
envolvida. As pessoas contam piadas preconceituosas o tempo todo, apontam
pessoas por conta de sua orientação sexual ou religiosa, ou até por
características físicas como a cor da pele, altura ou formato das orelhas e,
para não ficarem para trás da modinha, postam fotos com bananas ou dizendo que
são macacos.
Eu não
sou, nem nunca serei um macaco. Eu tenho discernimento, capacidade de tomar
decisões, conheço a forma de pensar dos meus semelhantes – por mais que isso me
cause vergonha – e posso julgar ou me manifestar sobre suas ideias e posições.
Se eu fosse macaco, faria como os chamados animais irracionais e eliminaria de
forma sumária quem é diferente de mim...
Se eu
fosse macaco, nem me importaria com o que está acontecendo com os demais
macacos, desde que não me ameaçasse. Fosse eu um primata irracional e não
estaria nem aí para os macacos mais escuros, mais claros ou iguais a mim. Mas
como eu não sou macaco, eu me preocupo com os outros homens, sejam pretos,
brancos ou azuis de bolinhas amarelas, magros, gordos, altos ou baixos. Quero
que sejamos todos tratados conforme nossa raça, que por sinal é única. A minha
raça é a mesma de um homem que nasceu na África, na Ásia ou na Europa.
Outro
dia escutei uma piada terrível, mas que retrata essa “macacada” que apareceu
por aí, de todos os cantos:
Em uma reunião no auditório da empresa,
diante de todos os colaboradores, o diretor toma a palavra e diz a todos:
“A partir de hoje, com base nos
recentes atos de preconceito racial e, sendo nossa empresa uma referência de
comportamento não é mais permitida a menção às pessoas com base nas cores de
suas peles.
Para comprovar o interesse da
empresa em segregar o preconceito racial, nenhum colaborador será preto ou
branco, seremos todos verdes.
Agora, para dar seguimento,
precisamos acertar mais um detalhe: os funcionários verde-claros fiquem mais
aqui à frente e os verde-escuros, por favor, coloquem-se nas últimas fileiras
do auditório!”
Hipocrisia,
nada mais, nada menos...
Um
forte abraço a todos...